quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Kingdomino e Queendomino

Lançado pelo grande Bruno Cathala, Kingdomino chegou arrasando sendo o vencedor do Spiel des Jahres de 2017 (e recentemente lançado no Brasil pela Paper Games), já o Queendomino é uma continuação/expansão/stand alone que segue basicamente as mesmas mecâncias com algumas coisinhas à mais.

Os dois jogos tem na sua mecânica principal, alocação de tiles em uma grade padrão de no máximo  5x5 e cada tile tem dois tipos de terrenos (as vezes iguais) que devem, como no dominó, se conectar com algum tile previamente colocado no seu reino ou com o seu castelo (que serve como coringa).

Tanto no King quanto no Queen, a escolha de tiles é igual.

O jogo tem uma mecânica de seleção de tiles interessante, são a quantidade de tiles igual a quantidade de jogadores, esses tiles são dispostos em uma ordem numérica, cada jogador escolhe um dos tiles, e a ordem de escolha para a próxima rodada se baseia na escolha anterior (quem escolheu o tile de valor mais baixo, escolhe primeiro na rodada seguinte).

As diferenças do Queendomino para o seu antecessor começam em um novo tipo de terreno, o terreno vermelho, que ao ser colocado no seu jogo, te dá o direito de comprar um dos prédios expostos e colocá-lo sobre o território e esse vai te dar benefícios.

No Queen temos a algumas coisinhas à mais, como os prédios.

Os benefícios são vários, temos os cavaleiros, a Rainha, temos as torres (que são a forma de pegar a Rainha para o seu reino), novas formas de pontuar, mas os prédios tem custos (conforme sua posição no display) que vão variando conforme são comprados anteriores e o display "desliza".

O jogo vai indo rodada por rodada, até que todos os tiles de terreno são utilizados e então o jogo termina e são computados os pontos.

A grade de 5x5 do seu reino do Kingdomino.

Tanto no Kingdomino quanto no Queendomino, os jogadores vão pontuar pela quantidade de terrenos de uma determinada cor, multiplicado pela quantidade de coroas que existem numa sequência de tiles iguais (ex. 3 tiles amarelos, um deles tem 2 coroas, 3x2=6).

Já no Queendomino além dessa pontuação, temos os pontos da Rainha (que conta como uma coroa à mais no seu maior terreno) e pontos dos prédios.

Um pouco mais cheia de elementos no Queendomino.

Os dois são jogos leves, tranquilos de ensinar e jogar e rapidinhos, boas pedidas para famílias e para jogar em eventos.

O Kingdomino já está nas nossas prateleiras e chegou com um preço bem legal, já o Queendomino tem grandes chances de vir também (só depende das vendas do King).

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Campanha Imperial Assault - 4ª Sessão


Depois de uma missão em que fomos detonados pelo Império, nada melhor do que ir à campo de novo para tentar se redimir, e um grande amigo veio nos pedir auxílio para uma missão simples, roubar um carregamento de "spice" de dentro de um depósito dos Hutts e protegido por troopers e caçadores de recompensas.

A missão era mais simples que a anterior, tínhamos 5 rodadas para roubar do Império 6 tonéis de "spice", mas o terreno do depósito era muito ruim, e como era de se esperar bem guardado por dois trandoshans, um droide de reconhecimento e a criatura mais chata do Imperial Assault, um nexu.


Como nem tudo é coisa ruim para os Rebeldes, nessa missão temos a ajuda do Chewbacca, que além de ser mais um personagem, ele tem uma série de benefícios super úteis, como já garantir uma defesa para quem tiver adjacente a ele, e ele é muito forte com ataque à distância.

Inicialmente tínhamos que atacar os dois lagartos e o droide, pois em um dos três estaria a chave para acessarmos a sala onde estariam a maioria dos tonéis de "spice" (apenas dois eram visíveis).

Tensão, na hora que abrimos a sala, blaster em cima da galera!

O droide foi tranquilo, mas os lagartos deram uma dificuldade na brincadeira, somado ao nexu pulando pra lá e pra cá fazendo um estrago, principalmente nos dois wookies, e para completar começaram a aparecer uns troopers para perturbar o bom andamento da missão.

Com o caminho livre, mas ficando cada vez com menos tempo, abrimos a sala e fomos surpreendidos por um blaster que ficou perturbando o nosso caminho.

Mas agora temos um aliado de peso!

Lutando mais contra o tempo do que contra os Imperiais, nos concentramos em não deixar o Chewie ficar ferido e em coletar todos os tonéis a tempo.

No final, sucesso para empreitada Rebelde. Roubamos os seis tonéis de "spice" e com isso ganhamos o Chewbacca, que à partir de agora pode entrar como aliado nas nossas missões, isso até garante uns pontinhos à mais para o Império na hora de colocar pecinhas, mas para os Rebeldes foi uma adição fundamental para as missões que tendem a ser cada vez mais sinistras.


sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Rajas of the Ganges

Uma das surpresas de Essen nesse ano, em Rajas of the Ganges somos marajás lutando por poder durante o século XVI, e para isso temos que agradar os membros do palácio, fazer comercio nas mesquitas, cruzar o rio Ganges e fazer melhorias na nossa província.

Criado pelos designers Inka e Markus Brand (mesmo casal do Village) durante uma série de rodadas nós colocamos nossos trabalhadores pelos espaços do tabuleiro para conseguirmos os benefícios deles e com isso irmos aumentando as trilhas de dinheiro e de fama.

Na sua vez de jogar, você pega um dos seus trabalhadores e aloca nos diversos espaços disponíveis do tabuleiro central, esses espaços vão te dando recursos (que aqui são dados em quatro cores diferentes), dinheiro, pontos, prédios para colocar na sua província entre outras coisas.

O tabuleiro principal e seus muitos espaços.

Uma coisa bastante legal que eu achei no Ganges, é a utilização dos dados como recursos. Toda vez que você recebe um dado você rola, e o guarda o resultado (em uma das mãos da estátua de Kali) e ao utilizar determinados espaços você precisa "queimar" um ou mais desses dados para chegar aos valores necessários, achei bem engenhoso e você tem várias formas de mitigar a sorte dos resultados.

Outro detalhe que deixa o jogo muito apertado, é que você começa com apenas 3 trabalhadores, o que limita pra caramba a quantidade de ações por rodada, mas você conforme vai avançando nas trilhas principais e no rio Ganges, pode pegar mais um trabalhador em cada uma delas e quem for conseguindo isso antes dos outros tem enorme vantagem em um jogo de "cobertor curto".

Destaque também para a província de cada jogador. Nós temos um espaço onde vamos colocando tiles, bem ao estilo Carcassonne, que vão levando a bônus que são dados se você consegue ligar o caminho desde o seu palácio até a borda desses.

Na sua província, espaço para brincar de Carcassonne.

Além dos bônus, os tiles são essenciais para quando você colocar trabalhadores nos espaços de mercado consiga avançar bem na trilha de dinheiro e também tem prédios que ajudam no avanço da trilha de fama.

O jogo avança sem uma quantidade de rodadas definido, o que dispara o final do Rajas of the Ganges é o momento onde a trilha de fama e a trilha de dinheiro que correm em direção contrária uma da outra e também tem avanços diferenciados e aparentemente bem equilibradas.

Ao se encontrarem termina a fase de alocação corrente termina e o jogador que conseguir a maior diferença entre as trilhas de dinheiro e fama é o vencedor.

Kali e os espaços para alocação dos dados de recurso.

Fiquei realmente surpreso com o Rajas of the Ganges, tinha a impressão de ser um jogo bacana, mas ele foi muito mais legal do que eu esperava, muito inteligente, com uma pegada de "maquininha" para fazer as coisas acontecerem e conseguir equilibrar bem os ganhos de fama e dinheiro, com alguma marcação entre os jogadores e "cobertor curto" (que é uma coisa que eu gosto nos jogos).

Ele foi, até agora, o jogo de Essen 2017 que eu mais gostei e apesar de graficamente confuso, depois que você se entende com o tabuleiro ele flui muito bem e é um euro bastante agradável.

O marcador de jogador inicial, o simpático elefante.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Overdrive



Em Overdrive os jogadores são bandas numa disputa interplanetária para saber qual é a mais bacana de todo o multiverso.

O jogo foi criado pela Bianca Melyna e pelo Moisés Pacheco de Souza, e tem como mecânica principal alocação de dados com uma pitada de set-collection.

Cada banda tem características próprias e é formada por 4 membros (dados) e em cada rodada o jogador rola seus quatro dados e pode alocá-los no tabuleiro principal, ou nas cartas de Hits, que também são espaços disponíveis.

No tabuleiro central, as "bandas" vão atrás de recursos.

Nos espaços do tabuleiro central podemos realizar diversas ações como mudar faces do dado, aumentar nossos níveis de grana, fama, orverdrive e fãs, além de conseguir contratar mais músicos (dados) para sua banda.

O jogador na sua vez, pega os seus dados e usa todos de uma vez para realizar as ações, e receber os benefícios dela, além das ações com os dados, existem algumas ações livres que você realiza usando grana, que são comprar hits, comprar novos músicos, rerrolar ou escolher a face dos dados e subir algum dos atributos.

Uma vez que você termina, passa para o outro jogador e assim vai até chegarmos nas Batalhas de Bandas, que acontecem ao final da terceira, sexta e oitava rodada.

Cada banda tem poderes especiais diferentes.

Nessas batalhas, os membros principais de cada uma delas (os quatro dados iniciais) vão disputar para receberem benefícios, então são rolados, e há uma disputa por cada símbolo.

O jogador inicial, escolhe dentre as faces que ele tiver superioridade para eliminar o dado de alguma outra banda, e passa para o próximo e por aí vai até que cada banda tenha feito isso duas vezes (são os dois Atos da Batalha).

Ao final, as faces restantes de cada banda vão conferir benefícios nas trilhas de atributos, a na Batalha final (da oitava rodada) os símbolos vão ser usados para os set-collections de final de jogo.

Além dos espaços fixos, os hits dão
diferentes áreas de alocação.

O jogo termina ao final dessa última Batalha e cada banda pega seus pontos de fama das trilhas de fama, fãs e overdrive, além das cartas de hits que foram compradas, do disco (bronze, prata, ouro e platina) que a banda conseguir e dos set-collections, e que tiver mais pontos é a melhor banda do multi-verso.

Os autores mandaram o protótipo com a variante das Cartas de Distorção, que também são bem bacanas e dão uma apimentada no jogo e estão como metas estendidas da campanha.

Eu achei o Overdrive um jogo leve, bem bacaninha, as bandas estão com homenagens legais e eu como sou particularmente fã de jogos de alocação de dados, acho que ele pode ser uma boa adição para quem curte essa mecânica.

Jogo bacana, leve, bom pra jogar com todo mundo.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

The Palace of Mad King Ludwig


The Palace of Mad King Ludwig é um jogo onde estamos construindo cômodos em um grande palácio, e queremos ser a pessoa que mais contribui na construção.

O jogo é basicamente um tile-placement em que durante uma série de rodadas, temos a opção de colocar novos quartos no palácio ou colocar corredores, escadas para irmos aumentando o palácio.

Os novos cômodos tem vários tipos diferentes, e toda vez que posicionamos aumentamos um ponto daquele tipo em nossa planta, e isso ajuda na pontuação e a ganhar nossos cisnes (que são o recurso do jogo).

Vamos colocando cômodo por cômodo do palácio.

Como no seu irmão mais pesado (o Castles of Mad King Ludwig), sempre que fechamos todas as saídas de um tile, ganhamos um benefício, que vão desde peças especiais (como objetivos secretos) a pontos no final do jogo.

O tabuleiro onde compramos os tiles/quartos do palácio tem uma série de pilhas, a partir do momento em que a primeira se exaurir, os jogadores começam também a colocar peças de fosso que vão circundando e delimitando o espaço do castelo, além de serem um dos fatores que disparam o final do jogo.

Na entrada do palácio, tudo o que precisamos.

O barato do Palace of Mad King começa exatamente quando os primeiros tiles de fosso são colocados, você ir limitando o avanço do seu coleguinha, impedindo que ele feche aposentos ou precise ter que fechar tiles seus dá um toque estratégico bem bacana ao jogo.

O jogo vai avançando nessa colocação de cômodos até que o final dele seja disparado, ou por não conseguirmos mais colocar peças de fosso, ou se elas acabarem ou ainda se todas as pilhas de tiles de quarto se exaurirem.

Cada jogador tem uma planta, para marcarmos os avanços.

Aí somam-se as pontuações de avanços em cada um dos 8 tipos de quarto na sua planta, escadas para o subterrâneo (dando ponto para cada 3 tiles), set-collection de cisnes, objetivos secretos e abertos, algumas pontuações de quartos específicos, e quem tiver o maior somatório ganha.

Palace of Mad King Ludwig é o terceiro jogo de tile-placement do Ted Alspach (os outros dois são o Suburbia e o Castles of Mad King Ludwig) e apesar de ser o mais leve dos três, ainda assim é bem interessante, estratégico e com uma pegada de ir fechando o coleguinha que eu achei bacana.

E no final um palácio cercado por um lindo fosso.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

New Dawn


Em New Dawn, os jogadores fazem da Aliança, e começam a perceber que os custos para manterem as estações espaciais começou a ficar absurdo, então recolonizar alguns planetas e reconstruir antigas estações fora de funcionamento tornou-se primordial, só que cada raça pretende fazer isso ao seu modo ganhando mais espaço dentro da Aliança.

No jogo, que é ambientado no universo do Among the Stars, cada jogador é uma dessas raças e tem como objetivo se expandir com suas bases, colonizando territórios ou tomando controle dos já colonizados por outros jogadores.

O jogo visualmente lembra muito o a estrutura de cartas/tiles do Among the Stars (e do Fields of Green), mas as semelhanças terminam aí, ele tem uma estrutura de rodada bastante diferente e a jogabilidade também.

O tabuleiro de cada raça cheio das informações.

New Dawn é dividido em 5 rodadas, em cada uma dessas rodadas temos uma série de fases a serem seguidas, em ordem, para que a rodada termine.

As primeiras fases são meio de manutenção, temos a fase de produção de recursos (onde pegamos os três recursos do jogo baseados nas bases que já colocamos no tabuleiro principal), a fase de comprar as cartas de instalação (que vão ser colonizadas durante o jogo e dão benefícios quando são baixadas), baixar uma instalação e realizar a ação descrita nela, comprar tecnologias para sua raça e mover seu quartel-general no tabuleiro.

Realizadas essas fases, nós temos a fase de ações propriamente dita, serão três turnos para cada jogador, onde o jogo realmente pega fogo.

A mesa fica bonitona, com as instalações sendo colonizadas.

As ações são : pegar um recurso qualquer; tomar controle de alguma instalação que ainda não tenha nenhum dono e ele tenha um quartel-general nela ou em um tile adjacente, para o curto requerido e coloca uma de suas bases lá; toma controle de alguma instalação que já tenha dono; usa um dos embaixadores disponíveis; compra um outro quartel-general e reposiciona todos os que você tem no tabuleiro.

O que me fez gostar tanto do New Dawn é justamente essa fase de ações, como elas são muito poucas, dá aquela sensação de "cobertor curto", em que você quer fazer várias coisas e não consegue.

Tomar controle de instalações controladas por adversários é importante para que eles tenham menos recursos e cresçam menos no jogo, mas ao mesmo tempo pegar instalações mais baratas te deixa menos exposto a retaliações.

Os embaixadores são super
importantes, dando ações bacanas.

O uso dos embaixadores é muito importante, cada um deles tem uma ação especial e na maioria das vezes elas são muito boas, então saber o momento de usá-las é super importante, até mesmo que ao usar um deles, o embaixador em questão fica desabilitado para os outros jogadores pelo resto da rodada.

Os combates, apesar de serem todos baseados em rolamento de dados, tem uma série de modificadores que podem tornar a disputa praticamente resolvida sem precisar que eles sejam rolados.

Enfim, o coração do jogo está nesses três turnos de ação e tornam o New Dawn bastante estratégico e interessante.

New Dawn, grata surpresa da Artipia Games.

Uma vez que as ações terminam, podemos pagar tributo para a Aliança, que nos rende pontos de vitória ao final do jogo, e ao final das cinco rodadas somamos os pontos de tributos, instalações que controlamos e uma série de outros pontos que vamos recebendo por construção de tecnologias e quarteis-generais e quem tiver a maior pontuação é a raça vencedora.

Eu joguei duas partidas do New Dawn e fiquei apaixonado pelo jogo, ele é visualmente bonito, tem mecânicas inteligentes, é estratégico e interessante, foi uma grata surpresa que eu espero que um dia chegue em território brazuca (que já trouxe jogo da Artipia Games). Fica a dica para quem gosta de jogos 4x mais obscuros.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Montana


Em meados do século XIX os assentamentos permanentes no meio-oeste americano começaram a aparecer, e com isso viajantes começaram a vir em busca de trabalho e fortuna com a mineração e com o trabalho nas fazendas, e você está nessa tentando prosperar nesse ambiente empreendedor.

Essa é a premissa de Montana, novo jogo do designer Rütiger Dorn (autor do Istanbul e do Karuba) e que foi apresentado em Essen desse ano.

Cada jogador tem no seu tabuleiro espaço para oito trabalhadores, um curral para seu gado e para sua produção de bens que variam entre cobre, pedra, grãos e abóbora.

Montana ainda com poucos assentamentos.

O jogo é uma corrida para ver qual dos jogadores consegue erguer os seus assentamentos todos primeiro, disparando assim o final do jogo.

A cada rodada os jogadores podem fazer uma de três ações possíveis : recrutar trabalhadores, colocá-los para trabalhar ou construir um dos seus assentamentos no mapa central do jogo.

O disco de trabalhadores.

O que o jogo traz de diferente é a forma com que recrutamos trabalhadores, Montana tem um disco com uma setinha, bem ao estilo Twister que você peteleca e onde cair você pega dois trabalhadores indicados, mas como temos aqui um euro, para mitigar essa sorte, você pode pegar um novo par de trabalhadores pagando um grão para avançar a seta do disco em uma casa (podendo avançar até sete casas no máximo).

Na ação de colocar os meeples trabalhando, temos um tabuleiro central com seis espaços distintos : Cinco deles são onde conseguimos recursos e dinheiro, e um deles temos um leilão bem interessante para conseguir transformar cobre e pedra pequenos em grandes, entre outras coisas.

No tabuleiro central as ações vão acontecendo.

Mas a corrida mesmo está na hora de construirmos os assentamentos. Na ação de construção, podemos fazer no máximo três assentamentos, caso deixemos de fazer algum deles ganhamos uma moeda por conta disso.

O grande lance das construções é que tem lugares que ao construir um assentamento você pode colocar dois tiles, também se colocar quatro assentamento seguidos pode colocar mais um tile, e ao construir perto de riachos recebe um cantil que garante uma rodada à mais (e pode determinar a vitória no jogo) ou construir nos terrenos com gado (que são trocados por bens).

No tabuleiro individual onde estocamos nossos recursos.

Montana é jogo de planejamento a curto e médio prazo, pois é um jogo bem dinâmico, de cobertor curto (jogos em que você quer fazer muita coisa, mas não tem muito tempo pra isso) e com regras bastante enxutas e de fácil assimilação.

 Assim como boa parte dos jogos do Dorn, ele é um jogo médio, elegante, e muito gostoso de jogar, apesar de andar meio abaixo do radar do hype de Essen, foi uma grata surpresa e parece que tem grandes chances de vir para terras brasileiras, então fiquem de olho!

No final, muitos assentamentos construídos.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Ludoteca Básica : Sheriff of Nottingham

Você que acompanha o blog sabe que temos essa "coluna" de Ludoteca Básica, e pode ter se perguntado que, apesar de citar quase sempre jogos lançados no Brasil, não tinha falado ainda de nenhum jogo brasileiro, pois bem, isso muda agora.

Criado em 2014 pela dupla de designers Sérgio Halaban e André Zatz, Sheriff of Nottingham não só entra na minha lista de Ludoteca Básica, como tem figurado em várias listas similares pelo mundo afora, e hoje ele é TOP 20 (em 18ºlugar) no Board Game Geek na categoria Party Games e está entre os 50 na categoria Family Game.

Em Sheriff of Nottingham, o Principe John está chegando na cidade, e no meio aos festejos que vão movimentar a população, vocês veem uma oportunidade de lucro fácil vendendo produtos, mas nem tudo é permitido e o Xerife está de olho no que os comerciantes estão trazendo, só que ele também não é a pessoa mais honesta de Sherwood.

Um panorama da mesa durante a partida. Foto BGG.

O jogo dura várias rodadas, em cada uma delas um jogador faz a vezes do Xerife enquanto os outros são comerciantes tentando passar seus produtos pela fronteira da cidade.

Existem dois tipos básicos de produtos, os produtos lícitos (maçãs, galinhas, queijos e pães) e os considerados ilegais (pimenta, hidromel, seda e armas) que dão maiores lucros, mas que tem que entrar clandestinamente.

Cada jogador vai ter que preparar seu carregamento, colocando as cartas de produtos na bolsinha da sua cor, depois declara ao Xerife quantas cartas e qual produto você está carregando e ele depois de todos terem declarado, vai decidir quais carregamentos ele vai inspecionar.

O Xerife fica sempre de olho na fronteira.

E aí que o jogo brilha, ele é puramente um jogo de negociação e blefe, e tudo gira em torno desse contato comerciante/Xerife.

Quando a fase do Xerife passa existem algumas opções possíveis,  podem acontecer algumas situações : se você passar sem ser inspecionado mantém abertos os ítens legais e fechados os ilegais, se o Xerife te parou e você está "limpo" ele tem que te pagar uma multa referente aos produtos ou caso você seja pego com produtos ilícitos a coisa fica feia pro seu lado, mas você sempre pode tentar negociar com ele.

O grande barato é que uma vez que você não pode declarar os produtos ilegais, você tem uma quantidade máxima de cinco cartas a colocar no envelope e só pode declarar UM tipo de produto, saber como blefar, usar bem o momento em que tiver várias cartas repetidas, perceber se vale a pena tentar subornar o Xerife, tudo isso faz do Sheriff of Nottingham um jogo super descontraído, cheio de pernadas e com potencial enorme de boas risadas.

A primeira versão que foi indicada ao Spiel des Jahres.

O jogo não está no mercado a pouco tempo, ele vem se renovando desde 2006 na sua primeira versão chamada Hart an der Grenze quando chegou a ser inclusive indicado ao Spiel des Jahres daquele ano, e até mesmo aqui em terras brasileiras teve outras encarnações como Jogo da Fronteira (da Estrela) e Robin Hood (um dos primeiros jogos da Galápagos).

Sheriff of Nottingham vem ganhando vários fãs durante esses anos todos e é sim um dos jogos lançados no Brasil e por autores brazucas, que você precisa ter na sua coleção!

Sergio Halaban, um dos grandes autores
brasileiros e sua criação.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Merlin


Lançado via Kickstarter esse ano e só vai ser distribuído pela Queen Games nos eventos em que ela participar, jogar Merlin não vai ser uma das tarefas mais fáceis, então não deixei passar a oportunidade, até porquê é o novo jogo de um dos meus autores preferidos, o grande Stefan Feld que pela primeira vez trabalha em parceria, e não podia ter escolhido melhor, o grande Michael Reineck do Cuba e Pillars of the Earth.

O Rei Arthur está a procura de um herdeiro, e com a ajuda do seu mago Merlin, todos os cavaleiros da tábula redonda mostrarão que são capazes de assumir o trono, essa é a premissa, mas como sabemos não passa de ilustração.

Merlin é um jogo de típico do Feld, saladinha de pontos onde praticamente todas as ações vão te dar algum pontinho, o lance é tentar otimizar ao máximo as ações, pois são bem poucas, você tem 4 dados que são rolados no início de cada rodada, e os jogadores alternam em turnos usando esses dados para moverem seus cavaleiros e o Merlin ao redor da tábula redonda.

O board de cada jogador, com traidores, seguidores,
os cajados do Merlin, muita informação.

Como disse, cada jogador tem 4 dados, três da sua cor e um branco que representa o mago Merlin. Os seus cavaleiros só podem se mover no sentido horário, enquanto o mago pode ir para frente ou para trás no tabuleiro e além de andar, em cada turno o jogador tem a oportunidade de realizar uma das suas cartas de missão (que são bem importantes para pontação).

Existem 6 principados onde conseguimos recursos, colocamos influência, procuramos proteção contra os traidores do reino e pegamos suas bandeiras para conseguir ações especiais, além disso temos espaços que nos dão pontos de vitória direto, outros para conseguir recursos onde já temos influência, ações que nos deixam trocar cartas de missões e recursos, ações que nos deixam construir mansões nos arredores da tábula e duas muito importantes, a ação da Excalibur, que detona os traidores e a ação do Graal que garante com que você ganhe os empates dos principados nas fases de pontuação.

As cartinhas de objetivos e o mapão central com a
Tábula Redonda do Rei Arthur.

Parece muita, mas como todo bom jogo do Feld, você consegue observar bem o panorama e tentar seguir uma estratégia de pontuação adequada aos seus dados.


O grande barato do jogo, é você saber como e quando utilizar o seu dado do Merlin, cada jogador começa com 3 cajados, e a cada cajado utilizado você pode dobrar a ação de onde o mago cair, então ver a oportunidade de "combo" para dar uma esticada nos pontos, ou pegar o Graal ou a Excalibur na hora certa, ou conseguir construir duas vezes nos arredores são muito importantes e podem definir a partida.

Os cavaleiros e o peão branco do Mago Merlin.

Outra coisa que costuma ter nos jogos do Feld, mas aqui ficou um pouco mais importante, são os alteradores de dados, aqui ele vem na forma de maçã e ao contrário dos outros jogos em que geralmente ele soma ou subtrái um ponto ao dado, no Merlin você pode escolher a face do dado, então ele é importante PRA CARAMBA no decorrer do jogo.

Jogamos além do jogo base com o módulo King's Favor, onde você pode ao invés de ganhar pontos pelas cartas de missão, pode escolher um benefício para usar pelo restante do jogo (no máximo de 4 benefícios), e a expansão que foi distribuída em Essen, a Queenie 1, que substitui os tiles vazios dos arredores, por tiles com benefícios que você vai ganhar ao construir sua mansão.

Os arredores do Castelo, onde construímos nossas mansões.

O jogo tem 6 rodadas, e no final das fases pares existe uma pontuação, onde verificamos os traidores (os jogadores perdem pontos por não se protegerem), um controle de área dos arredores, influência em cada um dos 6 principados e ganhamos pontinhos por ter enviados nossos seguidores para o tabuleiro (são 4 e eles realizam ações nos principados) e ao final da sexta rodada o jogo termina, contam-se também pontos pelos cajados, maçãs e recursos não usados, e quem tiver mais ponto ganha.

Como disse lá no comecinho, sou fã do Stefan Feld, e estava sentido falta de um jogo seu que me enchesse os olhos (não acontecia desde o AquaSphere de 2014) e o Merlin acertou em cheio, jogo bonito, cheio de interação, muito redondinho em matéria de regras e desafio, a única coisa ruim dele é ter saído pela Queen Games, o que faz com que fique MUITO longe das prateleiras brasileiras.

O módulo extra King's Favor, para dar uma apimentada.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Suburbia


Em Suburbia, você está desenvolvendo seu bairro para que ele se torne o mais popular em relação aos bairros vizinhos, e para isso você precisa investir em prédios comerciais, parques, aeroportos e outras obras.

No setup inicial, cada jogador vai começar com um Subúrbio (prédio verde), um Parque Comunitário (prédio marrom) e uma Indústria Pesada (prédio amarelo) e à partir deles que vamos crescendo o nosso bairro.

Em cada um dos nossos turnos podemos, comprar um tile entre os expostos no mercado, comprar um dos três prédios básicos (iguais aos iniciais), comprar um tile e transformá-lo em lago ou fazer um investimento que vai dobrar o efeito do prédio escolhido.

Objetivos abertos, mercado de tiles, grana do jogo
tudo pronto para começar a partida.

A cada novo prédio colocado no seu bairro, uma série de efeitos são disparados, mas basicamente você pode aumentar ou diminuir a sua quantidade de grana recebida ou de reputação.

Isso vai afetar em quanto você vai receber de dinheiro por rodada, e qual o seu avanço na trilha da população, que é o que marca seus "pontos", e você precisa saber dosar bem, pois avançar muito a população no início do jogo, faz com que você cruze linhas vermelhas, que fazem você perder grana e reputação.

Cada jogador começa com a sua trilha de grana e reputação
e três prédios básicos.

Uma coisa bem bacana no Suburbia, é o "slide" do mercado, sempre que você faz uma das ações, obrigatoriamente um dos tiles do mercado é excluído para a entrada de um novo, e ao ser excluído e isso faz com que eles vão barateando de uma rodada para outra, apesar de não ser algo inovador (como o mercado do Castles of Mad King Ludwig do mesmo autor), ele funciona muito bem.

Outra coisa legal é que ao colocar um tile, você pode afetar também no jogo dos outros jogadores, pois existem tiles que vão dar grana/gente mesmo sendo colocado no bairro vizinho, o que faz com que você precise estar sempre ligado no que os outros estão fazendo.

O jogo vai evoluindo enquanto as pilhas de tiles A, B e C vão se exaurindo, em determinado ponto da pilha C existe um tile "Mais uma rodada", que quando aparece marca que a rodada vigente vai terminar e teremos apenas mais uma antes que o jogo termine.

Cada bairro vai ficando com uma cara diferente.

Ao terminar o jogo temos o ajuste na trilha de poupulação baseado nos objetivos públicos e nos objetivos secretos, e também na conversão (5:1) de grana em população, quem estiver mais à frente na trilha é o responsável pelo bairro mais bacana.

Lançado em 2012, Suburbia chega agora ao Brasil trazido pela Paper Games, que já trouxe também a expansão Suburbia Inc. que traz novos prédios, novos objetivos, além das fronteiras, bônus e desafios para darem uma apimentada no jogo base (que já é bem bacana).

A expansão apresenta novas peças ao jogo.