segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Possessão Arcana


Tive a oportunidade de jogar a versão de avaliação do Possessão Arcana, jogo brazuca que está em financiamento coletivo (já financiado) e está correndo atrás das metas extendidas.

O jogo é um dungeon crawler, onde os jogadores estão numa luta para encontrar 3 itens mágicos que irão impedir que uma horda de seres demoníacos invada a Terra.

Como todo jogo de dugeon crawler, começamos em uma sala e vamos abrindo o labirinto durante a partida, a cada nova sala temos novos perigos e os personagens vão ficando cada vez mais possuídos. Na partida com 2 jogadores ou mais, quando um jogador é possuído, esse começa a ter por objetivo destruir os outros jogadores, e aí o jogo muda de figura.

Sr. Brown e seu fiel escudeiro Einstein tentando salvar o mundo.

As regras básicas são simples, e apesar do manual pecar em determinados pontos, dá pra se virar bem com os detalhes de magias, combates e afins depois de algumas lidas.

Basicamente no seu turno você tem duas ações dentre algumas possíveis (mover, atacar, pegar/usar itens, conjurar magias, entre outras), depois de todos os personagens jogarem verifica-se se existe algum monstro no tabuleiro, caso não haja tem a Hora do Caos e depois a Invasão Arcana (ambos coisas ruins para os jogadores).

Pilhas de cartas que vão entrando durante o jogo.

Uma vez que você consegue os três itens, vai tentar a sorte contra o "chefão" do jogo (os demônios supremos), vencendo a humanidade tá bem, perdendo viveremos nos caos eterno.

Eu fiz uma partida solo, onde a possessão conta para o fim do jogo, e não consegui vencer, tem combates bem fortes e o personagem que eu escolhi acho que não aguenta o tranco sozinho (mesmo estando acompanhado do seu familiar).

O tema diferente do que a gente vê por aí é um dos pontos altos do jogo assim como os personagens que trazem homenagens a ícones da cultura pop.

A carta de status dos personagens.

Já de negativo, o Possessão Arcana peca no manual, que apesar de tentar explicar o jogo de forma linear, as vezes se perde e fica confuso nos detalhes, mas como o jogo ainda não está sendo produzido, ainda dá tempo de corrigir isso.

O jogo ainda tem 20 dias de financiamento rodando e o pacote básico está saindo por 195,50 (e pode ser parcelado em até 6x), então corram que ainda dá tempo.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Império Lendário




Essa semana joguei Império Lendário, lançamento do Rafael Verri e publicado pela Ludofy. Império Lendário um jogo de civilização para até 4 jogadores onde cada jogador tenta conseguir o maior número de Pontos de Vitória para se tornar a maior civilização da história.
           
Quem conhece jogos de civilização sabe que em geral são jogos bem pesados, com muitas regras e de longa duração, o que me surpreendeu no Império Lendário é a simplicidade das regras, cada civilização possui cinco características que são usadas para comprar e ativar cartas: Trabalhadores, Insumos, Conhecimento, Religião e Militar. Cadas uma dessas características são alimentadas através de rolamento de dados e atualizadas no tabuleiro individual de cada jogador.

Tabuleiro de cada civilização, onde marcamos os avanços.

Ele tem tudo que os demais jogos desse tipo tem, você pode realizar trocas com outras civilizações, construir Maravilhas, desenvolver novas Tecnologias, Unidades Militares, Eventos e usar os benefícios de Personagens históricos, representados por cartas, e você também pode mudar o sistema de governo da sua civilização, indo da Anarquia até a República, ganhando benefícios com essas mudanças. O jogo se passa através de cinco Eras, com uma batalha entre os jogadores ao final de cada Era, sendo a última com apenas uma rodada de duração.
           
No final da quinta Era os jogadores ganham os Pontos de Vitória indicados nas cartas que estão ativadas (baixadas na mesa) e através de cartas Bônus, que servem como objetivos de cada civilização. 

Tabuleiro central com as catas utilizadas no jogo.

A arte do jogo foi trabalho do Diego Sanchez, que eu já conhecia através de alguns jogos do Marcos Macri, e ficou excelente, com destaque para os Personagens. O manual do jogo está bem escrito, mas tivemos que recorrer ao FAQ da Ludopédia em algumas situações. Algumas cartas estão com termos trocados, como as cartas de Tecnologias, que algumas vezes são chamadas de cartas de Conhecimento, gerando uma pequena confusão, mas nada que atrapalhe o jogo, pois a iconografia está muito boa.

Império Lendário é um bom jogo, não tão pesado como Civilization ou Through the Ages, particularmente eu me senti evoluindo minha civilização, embora não tenha achado a parte militar muito presente durante o jogo. Eu gosto muito de jogos de civilização e para quem nunca jogou esse tipo de jogo eu recomendo fortemente.

Essa resenha foi escrita pelo amigo Eduardo Felipe.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Patchwork

Essa semana entrou para venda na Apple Stone e no Google Play o jogo Patchwork, um dos mais novos do grande designer Uwe Rosenberg.

Ainda não joguei a versão analógica dele, então posso dizer que o tutorial foi muita claro, e explicou muito bem o funcionamento do jogo e como ele flui.

Basicamente temos retalhos de tecido para fazer uma colcha, na nossa rodada podemos comprar um desses retalhos (pagando com os botões que nós temos) ou passamos para ganhar botões.

A cada retalho que colocamos na colcha, avançamos um pouco em uma trilha de tempo, quando os dois jogadores chegam ao final da trilha, o jogo termina e ganha quem tiver mais botões e menos buracos na sua colcha.

O Patchwork é brilhante, tem nuances durante o jogo que são muito interessantes (com a hora certa de andar mais ou menos na trilha) e a versão digital é viciante, você não quer parar de jogar.

Para quem curte um bom (e lindo) jogo abstrato, é fã do autor e quer um joguinho excelente a um preço justo (US$ 3 pra iOS) no seu tablet ou celular, a compra é certa.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Em busca do brilhantismo perdido

Amun-Re : clássico do Reiner Knizia.

Como em grande parte do ramos do entretenimento (música, cinema, livros), nos jogos de tabuleiro também temos os gênios e esses gênios também tem seus momentos de brilhantismo e depois para manter o nível é que a coisa pega.

Ontem jogamos lá em casa dois jogos brilhantes do Reiner Knizia (Amun-re e RA) e comentamos que atualmente não se encontram mais jogos dele no mesmo nível das suas obras-primas, e assim como ele, vários outros autores tem passado por isso.

 
Tikal : Uma das obras-primas do Wolfgang Kramer.

Outro exemplo claro pra mim é o Martin Wallace, quando eu comecei nos tabuleiros modernos em 2004, os jogos do Wallace eram sinônimos de brilhantismo. Automobile, Age of Steam, Liberté só para citar alguns, são aulas de design e hoje ele vive desse legado mas tem lançado só jogos "ok" e nem parece muito fazer força para voltar aos bons momentos.

Já um caso de cara que tem tentado voltar aos topo, mas não tem conseguido ainda, é o Wolfgang Kramer. Autor de El Grande, Princes of Florence e Tikal, ele tem feito jogos com frequência, tentando colocar mecânicas interessantes, mas os jogos atuais dele não se comparam aos clássicos.

Age of Steam : Crueldade e genialidade do Martin Wallace.

Além desses citados temos os casos de autores que "sentam" no seu maior sucesso e nem tentam mais, caso do Klaus Teuber, que apesar de ter outros jogos muito bons (como Domaine e Elasund), deitou na fama do Catan e ano após ano extrai o que pode dele.

Esses são exemplos de autores geniais, que deixaram sua marca nos jogos de tabuleiro modernos e de quem sempre esperamos consigam voltar aos seus velhos tempos e nos surpreendam com novos "Dark Side of the Moon" dos tabuleiros.

Catan : Referência em jogos modernos, criado pelo Klaus Teuber.

Na minha opinião, muito disso se deve ao crescimento absurdo de autores e jogos que surgiram de 10 anos para cá, e com isso fica muito mais difícil (mesmo para gênios) conseguirem aparecer com coisas novas ou jogos com mais relevância.

O fato é que hoje temos muitos autores também brilhantes (como Feld, Uwe e Vlaada) que conseguem manter uma consistência maior em seus jogos. Mas será que também eles chegarão ao dia de lançar jogos normais dando lugar a uma nova safra de autores brilhantes? Só o tempo dirá.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Os Reinos de Drunagor


No último sábado o Daniel Alves da Histeria Games esteve aqui no Castelo das Peças apresentando o seu futuro lançamento, Os Reinos de Drunagor, que entra em Financiamento Coletivo agora em março.

No jogo escolhemos uma das quatro raças disponíveis (elfos, humanos, anões e Orcs) para com ela conseguirmos recursos para fazermos nossas construções e com isso melhorar nosso poder de fogo para enfrentar as criaturas espalhadas pelo reino e também para mostrar aos nossos adversários quem manda no pedaço.

Mesmo com uma mesa cheia de componentes, o jogo é bem dinâmico.

As regras do jogo são super simples, na rodada fazemos três ações dentre as seis disponíveis que servem para tudo dentro do jogo.

Efetivamente o jogo funciona assim, recolher recurso, enfrentar monstros/outros jogadores, construir prédios para assim ir ganhando os pontos de vitória que definem o vencedor.

A partida dura seis rodadas e leva em média uma hora e meia. A belicosidade entre os jogadores depende muito da mesa, mas enfrentar as criaturas é fundamental para áreas com recursos mais valiosos.

As peças de acrílico ficaram lindas e são super
resistentes (mesmo nos detalhes).

A parte gráfica d'Os Reinos de Drunagor está super caprichada e as pecinhas em acrílico que o Daniel escolheu para o jogo são muito bacanas e chamam a atenção.

No final o jogo é uma opção muito boa de entrada para jogos mais pesados e demorados e vai agradar também ao povo que não tem muita paciência para partidas de mais de duas horas.

Jogando uma partida ensinada pelo autor, Daniel Alves.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Colecionando Ouro

Comecei a jogar (e colecionar) jogos de tabuleiro há 12 anos, e naquela época as opções para comprar os jogos eram super escassas, jogos saindo no Brasil então, dava pra contar nos dedos.

Mas naquela época, jogo caro custava 40/50 dólares (o que saía pra gente uns 150/200 reais NO MÁXIMO), o que o mercado fez nesses últimos anos para que hoje seja normal um jogo sair lá fora a 150 dólares e aqui a 350 reais?!? Eu tenho algumas especulações e resolvi escrever sobre isso, só para descontrair.

 Twilight Imperium 3rd Ed., quando saiu não passava de US$ 50,00.

Primeiro temos a crise mundial, se isso afeta diretamente os bolsos de todos nós e em todos os aspectos do nosso dia-a-dia, obviamente isso irremediavelmente vai bater no seu hobby, caro colega, seja ele qual for.

O boom dos KickStarters fez com que o número de novos jogadores tenha crescido, o que faz com que o produto acabe sendo mais atraente, e por consequência já teríamos um aumento de preço (pelo aumento da demanda).

Um dos primeiros financiamentos a bater 1 milhão, definiu os padrões de pledge.

Fato é, que hoje, são raros os casos de jogos grandes custarem menos de 40 dólares na loja, pledges a menos de 70 dólares e jogos nacionais abaixo dos 200 reais.

Existe uma saída para isso? A meu ver, se você entrou nesse hobby agora, a dor é um pouco menor, pois você já chegou com os preços aumentados, mas quem, como eu, tem mais tempo de coleção, fica realmente complicado, hoje eu compro muito menos, e coloco um teto (não pago mais 300 num jogo).

Há 10/12 anos, era sonho pro brasileiro ver jogos assim traduzidos.

Uma solução para isso, é o mercado de jogos usados, mas é aí que acabamos vendo as maiores barbaridades, nosso hobby deve ser um dos únicos em que o produto valoriza conforme o tempo de uso, então corremos para as trocas e leilões na torcida de fazermos bons negócios.

Mais pelo menos, temos agora uma gama muito maior de jogos chegando no Brasil, isso nos dá oportunidade de parcelamentos, e tem sempre aquele amigo gente fina com espaço na mala. Enfim, o colecionador sempre dá um jeitinho, mas que estamos num hobby de colecionar ouro, isso nós estamos.

Usado? Tudo bem, mas até assim tem que ver bem o que você pretende comprar.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Raid & Trade


Após a Terceira Guerra Mundial, o mundo virou um "cada um por si", e todos tentam sobreviver da melhor maneira possível, conseguindo os recursos necessários pra isso e servindo de cobaia para experimentos do Posto Avançado.

Essa é a premissa do Raid & Trade, jogo que está sendo trazido para o Brasil pela RedBox Editora e já está com a pré-venda aberta.

Visão geral da cidade com o Mercado Negro ao centro.

No jogo, somos esses sobreviventes em uma cidade devastada, e passamos as rodadas invadindo as propriedades atrás de itens que nos serão úteis para completarmos as missões.

As regras são simples de ensinar : Na sua rodada você tem uma movimentação e pode fazer uma ação (dentre as diversas disponíveis), feito isso passa para o jogar ao lado e assim vai, até que todos passem ou acabem os 15 pontos de ação disponíveis por rodada.

A ficha do personagem, com todas as informações.

As ações são Invadir, Combater, Negociar ou Criar e elas servem para o jogador conseguir os recursos que são necessários para ganhar o jogo, e você pode ganhar o jogo de 3 maneiras.

Apesar de ser um jogo competitivo, temos ações de negociação para dar uma interação maior entre os jogadores, mas em praticamente toda a partida cada um faz a sua parte.

O Raid & Trade é simples, com rodadas um pouco repetitivas, mas pode agradar a quem está começando no hobby principalmente pela arte bem estilosa.

Arte bacana e miniaturas do Raid & Trade.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Särge Schubsen (aka Clearing Coffins)


Imagine que você junta no mesmo jogo rolagem de dados, tapão e jogo da memória. Agora coloca uma arte com vampiros caricatos, legal, esse é o Särge Schubsen.

No jogo estamos tentando limpar os castelos de uma infestação de vampiros que ficam enchendo os nossos porões.

Mesinha rolando durante a Essen de 2015. Foto BGG.

Nos temos inicialmente 4 vampiros que além da caricatura tem dois ícones para usarmos durante o jogo. Na rodada, o jogador da vez rola dois dados, se a combinação for igual a um de seus vampiros, o jogador deve dar um tapão no caixão cheio de alho para virar a sua carta.

Uma vez virada, você não pode mais olhar o símbolo dela, no momento que ele sai novamente e você tem certeza que é igual ao da carta virada, essa sai definitivamente do jogo.

 Arte caprichada e componentes bacanas.

Caso você erre, ganha mais um vampiro para sua coleção. O primeiro jogador a conseguir se livrar de 4 vampiros, ganha o jogo.

Särge Schubsen é um jogo de farra bastante divertido, dá pra jogar com a criançada e rende boas risadas com a turma certa.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

ECO Fluxx


Lançado pela Explore Cultura e distribuído pelos amigos da Tabuleiro MIX, chega ao Brasil a primeira versão nacional de um jogo da franquia Fluxx, o ECO Fluxx.

Utilizando textos ecológicos cheio de textos baseados em informações sobre a natureza, o ECO Fluxx é um party game para até 6 pessoas onde as regras e os objetivos vão se alterando a cada rodada.

 O conteúdo da caixinha do ECO Fluxx.

Basicamente no jogo você compra uma carta e usa uma carta, mas isso muda o tempo todo, e ganha o jogador que conseguir cumprir o objetivo ativo primeiro.

A graça do jogo é justamente ficar dando pernada nos amigos quando eles estiverem quase para ganhar o jogo e com isso tentar virar o jogo para que ele fique favorável a você.

As cartinhas que vão fazer o jogo ir mudando a cada rodada.

Os jogos da linha Fluxx não são para qualquer mesa, mas com o grupo certo tendem a criar partidas muito divertidas entre os amigos.

Para quem ficou interessado, a Tabuleiro MIX tem cópias à venda e oferece um conteúdo pedagógico criado exclusivamente pela Explore Cultura para utilizar o jogo como forma de conscientização ecológica.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Tesouro Inca


Os amigos da Grow nos enviaram uma cópia do Tesouro Inca para resenharmos aqui no blog. O jogo é uma reimplementação do Diamant e já chegou a ser lançado no Brasil (também pela Grow) com o nome de Tensão Total.

Nele somos exploradores correndo atrás de tesouros nas cinco expedições feitas pelos templos Inca. A mecânica do jogo é super simples : Um jogador fica responsável por ir abrindo um deck de cartas que podem conter pedras preciosas, tesouros ou maldições.

Produção caprichada com componentes de primeira linha.

As pedras preciosas são divididas na hora, os tesouros são deixados no caminho e as maldições também ficam esperando a sua resolução.

Após a carta virada, os exploradores decidem se continuam a entrar mais no templo, ou se saem com as pedras já recebidas e ficam imunes às maldições.

Para quem decidir ficar, é aberta uma nova carta, saindo pedras ou tesouro a exploração continua, mas no caso de aparecer uma maldição repetida, todos são obrigados a fugir sem levar nada que tenham ganhado até aquele momento.

A entrada do templo e uma expedição em andamento.

A única diferença do Tesouro Inca para os seus "irmãos" são os tesouros, eles ficam no caminho e se um dos exploradores sai sozinho do templo, leva ele, o que garante 5 ou 10 pontos no final das cinco expedições.

O Tesouro Inca é bem dinâmico, bom pra jogar com grupos grandes (cabe até 8 jogadores) e está com uma produção muito bonitinha, vale a pena ter na coleção para aqueles momentos filler das suas jogatinas.